Um dos achados mais curiosos na tal visita ao passado em casa da Tia Micaela foi uma fotografia da década de 80. Assim que a vi percebi que teria de ser aqui publicada. Só era preciso um texto em conformidade com o momento.

Um destes dias desafiei um outro neto a escrever uma entrada aqui para o blog. Não dei qualquer sugestão quanto ao tema. O primo aceitou o desafio e escreveu.

A fotografia e o texto contam histórias relacionadas sobre um mesmo tema: as festas com o Avô. Foi mais do que pura coincidência. Foi providência. Aqui seguem ambos.

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As festas em família

Neto André

Uma das memórias que é impossível separar do Avô sempre foi a das festas.

A família desde sempre teve uma agradável aptidão por se reunir, qualquer que fosse a ocasião! Eram aniversários, casamentos ou simples almoços e jantares sem razão aparente, sendo que uma das imagens de marca, sempre foi uma ou duas violas que do nada sempre surgiam.

No entanto um dos momentos altos das reuniões em família, sempre foi o Natal!

Inicialmente a casa do Avô Mateus servia de local privilegiado para tudo acontecer e mais do que a comida, a memória mais remota que guardo, é estarmos na sala de estar da casa, esperando ansiosamente a chegada dos presentes, com o Avô sorridente sentado num dos sofás, divertido sem dúvida pela natural alegria e expectativa dos muitos netos que pululavam pela sala.

Memória de uma das festas de Aniversário do Avô Mateus (algures na década de 80)

O prazer que tínhamos em estarmos juntos, era acompanhado pela satisfação do Avô em ter a família reunida, onde sempre assumia o papel de patriarca, não que ele o impusesse, mas porque simplesmente lhe era inato. Todos nós sentíamos a sua presença como apaziguadora, unificando as várias gerações que se juntavam nesta época tão especial para todos, não só pelo que representa, mas também pela ausência dramática da Avó em outro longínquo Natal.